Cultura e comportamento

Onde está a cultura pop?

O que aconteceu com o cenário pop brasileiro? A minha dúvida não se refere apenas a música, porque desde Chico Science e Nação Zumbi nunca mais ouvi ou vi algo que chegasse próximo da inovação musical desse grupo do Recife. Eu tenho essa duvida em todos os cenários pops.

                 Em 2008 fiquei tomado pelo filme “O cheiro do ralo”, deu para entender as relações sociais atuais, vazias, com uma etiqueta de preço, pessoas sem identidade, que humanizam mercadorias, a infelicidade por sentir falta da felicidade por algo imaterial. O atual comportamento humano, a satisfação hi tech, que logo gera insatisfação, tédio depressão. Um filme que sinalizava outros cenários, porém foi uma brisa que passou.

        O pop sempre anunciou uma interpretação sobre um mundo que parecia ser novo. Porém isso não acontece no Brasil.

                O mundo pegando fogo, revoltas na Grécia, o mundo árabe preocupando o equilíbrio geopolítico norte – americano e o Brasil satisfeito; com o quê?

            As escolas publicas, estaduais e municipais, são as piores avaliadas em qualquer teste, a escola não sabe qual é o seu papel, não argumenta a sua validade.

O mercado editorial brasileiro vende o quê?  Os pré-adolescentes só escrevem sobre vampiro, monstro, anjo, um material alienante, incapaz de servir de referencial literário para ninguém.

                A televisão, se perdeu, os programas se repetem há décadas, sem inovação, os mesmos domingos, as mesmas segundas e por assim vai, na verdade a televisão se tornou o relógio que dita o tempo. Depois da musica do fantástico dormir porque acabou o final de semana.

Somos isolados, o bom cinema argentino não chega ao Brasil, não sabemos o que acontece do mundo que nos rodeia, há um mundo que fala inglês sulista dos Estados Unidos, que adoramos.

                Existe uma redoma, como aquela do filme dos Simpson. E dentro criminalizaram a bebida, criminalizaram o cigarro, um conservadorismo que o efeito disso é o ataque físico a tudo que é diferente, as coisas se padronizaram, tudo está ruim, contudo  é só uma nova estatística econômica aparecer que  todo mundo esquece a realidade, parece o livro de George Orwell, as estatísticas criam um alento entorpecedor que mascara e deturpa.

                É uma pena que o pop morreu, e o do Brasil faz tempo, deixou de ser vanguarda, deixou de ser modelo cultural, perdemos a nossa principal riqueza. O pop perdeu a graça com seus escândalos, choques, gritos dizendo como vocês são pudicos e adoram pornografia. É uma pena.