quinta-feira, novembro 04, 2010

Impressões

        Não é algo que faço muito bem, escrever, porém esse espaço permite praticar e quem sabe aprimorar essa ardua tarefa.
        Depois desses três meses de overdose eleitoral, aproveitei o feriado para ler, ouvir musica e assistir filmes, estranho é que o tempo usado em não trabalho é tão importante para o nosso trabalho como professor. 
        Li "O Estrangeiro" de Albert Camus e poucos livros me incomodaram tanto quanto esse, o ultimo foi "Cem anos de solidão". É interessante como um livro pode mudar até seu comportamento, habitos que até então você defendia, são destruidos em 100 páginas.
         Três analises gostaria de fazer sobre o livro, primeiro sobre o existencialismo, corrente filosofica onde a marca comum não são os pressupostos e as conclusões, mas os instrumentos que se valem a análise da existência, ou seja, o modo de ser próprio do ser humano e nesse modo de ser o homem nunca se encerra em sua totalidade. O existencialismo não é o que interioriza o ser, como a consciência, o espírito, o pensamento. Existir significa relacionar-se com o mundo, com as coisas, com outros seres, e como se trata de relações não-necessarias em suas várias modalidades, as situações em que elas se configuram ser analisadas em termos de possibilidades. Isso fica evidente no livro a mãe que é enterrada e no outro dia o protagonista faz amor com a namorada, o corpo sendo velado e o protagosnita perguntando se pode fumar. O chefe oferece uma promoção e o protagonista está mais preocupado com a toalha do rosto que no final do expediente fica suja e nunca é trocada durante todo o dia. No julgamento, sobre o homicidio que o protagonista cometeu, ele se sente um vagalume orbitando sobre um Farolete e o advogado de defesa e o promotor são observadores a 5000 km de distancia.
            A segunda analise, a moral cristã que permeia todo o julgamento e depois no dialogo com o capelão, existir não é pensar na alma, em Deus é se relacionar e nesses dois momentos seu pensamento é invadido pela imagem do sol, o vestido da amante, o calor.
            A terceira é a propria situação da Argelia dominada por franceses e os argelinos sendo tratados como estrangeiros dentro do próprio país. A morte dos árabes em nenhum momento foi o objeto de defesa ou de acusação.
             Concluo minhas analises sugerindo esse livro prazeroso e pertubador.(Patrick Cesar - Professor)

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