Reforma Protestante e Contrarreforma
Durante todo um período, que se inicia com a queda do Império Romano, no século V, até as transformações políticas, econômicas e sociais que ocorreram no século XIV, a Igreja Católica dominou uma região que ia dos Pirineus ao Rio Reno. Era no período, a única instituição organizada a impor seu poder em uma Europa fragmentada por feudos e conflitos internos.
Apesar de poderosa não era absoluta, a Igreja sofreu com a interferência de imperadores, sobretudo do Sacro Império Romano Germânico, com a cisão do Cristianismo, onde surgiu a Igreja Ortodoxa e com as seitas heréticas, que muitas vezes questionavam a riqueza do clero e a origem divina de Cristo.
Contudo, o que dava a Igreja a sustentabilidade para se manter? O modo de produção feudal, onde a nobreza justificava seu domínio com o aval da Igreja. Porém quando as relações socioeconômicas mudaram, com o surgimento da burguesia e dos reis com a centralização política, era necessária uma nova Igreja, que justificasse os interesses desses novos grupos sociais. Surgia então a Reforma Protestante.
Antecedentes da Reforma
Algumas criticas eram feitas a Igreja, em relação ao seu corpo institucional, aos dogmas e ao comportamento eclesiástico.
A Igreja tinha o costume de vender títulos hierárquicos, o que acabou interferindo no despreparo de Bispos, Cardeais e Papas. Revoltas populares contra igreja, pois esta tinha a maior quantidade de servos de toda Europa. Alguns reis eram contrários a transferência de renda através dos dízimos, assim como, estavam interessados nas terras da Igreja. A propagação dos valores “renascentistas” através da imprensa e das universidades. Criticas as indulgências e também a venda de relíquias religiosas.
Reforma no contexto da modernidade
Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético - o ascetismo ou asceticismo é uma filosofia de vida na qual são refreados os prazeres mundanos - que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais.
Alguns membros da igreja já apontavam alguns pontos que deveriam ser mudados, como Jhon Wycliff, critico das indulgências e Jan Huss – Theco, criticava o luxo eclesiástico e apoiava um comportamento próximo das escrituras. Foi queimado em 1415.
Até a própria filosofia da igreja se chocava. Tomas de Aquino, condenava a usura e a salvação viria através das ações dos fiéis. Já Santo Agostinho que nasceu no século IV, pregava que a danação ou a salvação já estavam predestinado por Deus.
MARTINHO LUTERO – JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Monge que criticava as indulgências, o comportamento dos padres, o despreparo, a venda de relíquias.
Lutero contou com apoio de nobres, que queriam se ver livres dos dízimos e dos Habbsburgo, representados por Carlos IV, que tinham fortes ligações com a igreja em 1517. Leão X, criou uma bula disseminando a indulgencia com o objetivo de construir a Basílica de São Pedro.
Lutero respondeu a Bula com as 95 teses e afixou na porta da Igreja de Wittenberg.
36 – Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem o direito à remissão plena de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
Carlos IV, convocou Lutero a comparecer diante da Dieta de Worms. Lutero foi acolhido por Frederico III da Saxônia. Entre o Reno e o Mar Báltico.
REFORMA E REVOLUÇÃO
Os Anabatistas, liderados por Tomas Müntzer, acreditavam, no retorno de cristo, na instituição do Reino de Deus na Terra com duração de 1000 anos. Pregavam o batismo em idade adulta, na igualdade de bens e o fim da propriedade privada, como na época dos apóstolos, abolição da sevidão.
Acusavam sacerdotes, nobres e cidadão ricos de deturparem a cristandade. Os anabatistas foram perseguidos aos milhares e Tomas foi decapitado.
IGREJA LUTERANA
Na Igreja Luterana o celibato desaparecia, existiria apenas dois sacramentos o batismo e a eucaristia, negou a transubstanciação (transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de cristo) e sugeriu a consubstanciação que era a sagração do pão e do vinho.
JOÃO CALVINO
O pioneiro das idéias protestantes na suíça foi Huldrych Zwingli. Nessa região ficou claro a necessidade burguesa da reforma, pois havia 4 centros comerciais – Zurique, Basiléia, Berna e Genebra.
Zwingli defendia a predestinação e condenava a confissão, dizendo que só Deus poderia perdoar os pecados. Isso envolveu a região numa guerra que acabou matando Zwingli.
As idéias Zwingli foram adotadas por João Calvino, teólogo francês radicado em Genebra.
Pregava o rigor da disciplina, valorização moral do trabalho e da poupança e não condenava a usura.
Em 1541, Calvino também governava Genebra e demonstrava um controle ilimitado do cotidiano das pessoas.
A CONTRAOFENSIVA CATÓLICA
As origens da contrareforma, podem ser compreendidos no mesmo século que ocorreu a reforma.
Uma das primeiras medidas da Igreja Católica foi reorganizar o Tribunal do Santo Ofício, que na idade média combateu as seitas heréticas, mas que agora, tinha como alvo os cristãos-novos, que estavam envolvidos e atividades comerciais e administrativas na Idade Média, também perseguiram nos seus territórios os Cristãos reformados.
CONCILIO DE TRENTO
Aconteceu entre os anos de 1545 e 1563, e tinha como objetivos reafirmar os dogmas católicos, manutenção do sacramento, a confirmação da transubstanciação, hierarquia do Clero e o Celibato, proibiu a venda de indulgências, criou os seminários e por último criou o INDEX LIBRORUM PROIBITORUM, uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index só foi abandonado em 1966.
O movimento católico foi reforçado com a criação da Companhia de Jesus, ordem criada por Inácio de Loyola e com forte atuação na América e na Ásia.
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