domingo, junho 19, 2011

História Moderna

AS MONARQUIAS NACIONAIS

O estado moderno centralizado e absolutista foi resultado da aliança entre burguesia e realeza. A burguesia contribuiu com dinheiro, para que o monarca pudesse manter um exercito nacional permanente, contratar funcionários e estabelecer a unidade jurídica, monetária e tributária.

Os funcionários reais, aos poucos, passaram a exercer funções anteriormente desempenhadas pelos senhores feudais. O rei impôs seu direito de nomear juízes e cobradores de impostos, geralmente pessoas pertencentes à burguesia.

Por outro lado, assembléias nacionais, que representavam os estamentos sociais, foram criadas, como o Parlamento na Inglaterra, no século XIII, e os Estados Gerais na França, no século seguinte.

CENTRALIZAÇÃO MONARQUICA NA FRANÇA


       A centralização se acelerou no reinado de Felipe Augusto (1180 a 1223), na dinastia dos Capetos, ao combater e derrotar os reis ingleses, senhores feudais de boa parte do território francês, por direito de herança. As guerras estimulavam o sentimento nacional. Para ampliar sua autoridade, Felipe Augusto nomeou funcionários reais para a aplicação da justiça e cobrança de impostos, como os bailios e os senescais; seu sucessor, Luis IX (1223 a 1226), impôs a moeda real em várias regiões da França e aumentou o poder dos tribunais reais; Felipe IV, o Belo (1285 a 1314), governou com juristas que eram adeptos da noção de Estado do direito Romano. Combateu o poder do Papa, alegando que a igreja interferia nos assuntos internos da França, determinando a prisão do papa Bonifácio VIII. Assim, de 1308 a 1378 os papas ficaram sob tutela dos reis da França, em Avignon, episódio conhecido como o seqüestro de Avignon. Após a morte de Felipe o IV, ocorreu uma crise sucessória que levou a França à “Guerra dos 100 anos” (1337 – 1453)

       Duas foram as causas principais da guerra: a pretensão de Eduardo III, rei da Inglaterra, ao trono francês, por ser neto de Felipe IV, e a disputa pela região de Flandres, reivindicada pela França, mas com grandes investimentos ingleses especialmente no setor têxtil. A guerra foi travada em território francês e durou mais de cem anos, com vários intervalos. Envolveu na luta, principalmente a nobreza de ambos os países, que se enfraqueceu pela morte de muitos nobres, seu endividamento, abandono de suas propriedades. Foram utilizadas pela primeira vez, armas de fogo, como os canhões, que provocaram o declínio da cavalaria feudal e dos castelos. Durante o conflito, houve epidemias, como a Peste Negra, e muitas revoltas camponesas na França, chamada genericamente de Jacquerie. A grande beneficiada foi a burguesia que, apesar das dificuldades que o comércio enfrentou, lucrou com os empréstimos concedidos aos reis e à nobreza. A França, que conhecera muitas derrotas na primeira fase, recuperou-se posteriormente quando assumiu o comando das suas tropas a heroína Joana D’arc, ainda que acabasse prisioneira dos ingleses. Para quebrar o nacionalismo francês que ela encarnava, os ingleses a acusaram de bruxaria e heresia. Entregue a um tribunal eclesiástico. Joana foi condenada e morta na fogueira,em 1431. A guerra terminou em 1453 com praticamente todas as propriedades dos reis ingleses localizadas em território francês perdidas.

A CENTRALIZAÇÃO MONARQUICA INGLESA

       A monarquia inglesa iniciou sua centralização no século XII, quando Henrique II (1154 – 1189), de origem francesa, por meio de acordos e tratados, casamentos e guerras, ampliou seu poder de terras na França.
João Sem Terra

       Foram seus descendentes Ricardo Coração de Leão (1189 – 1199), que participou da terceira cruzada, e João Sem Terra, que foi obrigado a jurar a Magna Carta (1215), pela qual se criava um grande conselho que limitava o poder real. A Magna Carta proclamava as liberdades individuais, o direito de uma pessoa só cumprir pena de prisão após ser julgada e condenada por pessoas do seu grupo social que a cobrança de impostos só seria legal se aprovada por consulta. A magna Carta é um documento fundamental dos direitos e liberdades na Inglaterra.
       Em 1258, foram aprovados os Estatutos de Oxford, que determinavam a criação de uma assembléia composta de representantes dos clero, da nobreza e da burguesia, origem do parlamento. Mas os resultados da guerra dos Cem Anos restabeleceram a tendência para a centralização monárquica.  No transcurso guerra  assumiu o poder a Casa de Lancaster, que governou de 1399 a 1461 em meio as trágica derrotas inglesas. Após a guerra, a Inglaterra se envolveu em novo conflito, porém interno: a Guerra das Duas Rosas (1455-1485), uma disputa entre as duas principais famílias nobres inglesas, York e Lancaster, ambas tendo em seus brasões uma rosa como símbolo heráldico.

       Depois de trinta anos de conflito, a guerra terminou quando Henrique de Lancaster se casou com Isabel de York, dando origem a uma nova dinastia, a dos Tudor. Com a nobreza enfraquecida, castelos arrasados e boa parte da população morta, Henrique VII pode se impor. Como a instabilidade política não interessava aos burgueses, pois os conflitos prejudicavam as atividades econômicas, eles apoiaram os Tudors, que representava ordem, paz, segurança e, sobretudo, apoio econômico.  
       A centralização se consolidou, com o triunfo do absolutismo e a expansão da economia no século XVI.

A CENTRALIZAÇÃO MONARQUICA NA PENÍNSULA IBÉRICA.

       A formação dos modernos Estados peninsulares foi resultado das lutas contra os mouros, como eram chamados os muçulmanos que aí viviam. A Reconquista durou vários séculos, iniciando-se a luta na região norte (Astúrias).

       No século X, já havia alguns reinos cristãos ibéricos, como Castela, Navarra, Leão e Aragão. A reconquista foi, na verdade, um verdadeiro movimento cruzadista ocidental, com a participação de nobres de outros países, desejosos de obter terras.
       A junção dos reinos espanhóis se concretizou no século XV, quando Fernão de Aragão e Isabel de Castela uniram seus domínios por meio de um casamento. Nascia assim, a moderna Espanha. As lutas dos reis católicos, como eram chamados, contra os mouros prosseguiram mais intensamente, finalizando-se me 1492, com a conquista de Granada, último território ibérico sob domínio mouro.

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